O eixo intestino-cérebro é fundamental na resposta a algumas das maiores questões relacionadas com a saúde física e mental.
Estudos sugerem que a ligação entre o intestino e a saúde mental pode ser forte quando se trata de ansiedade e que as bactérias que compõem o microbioma humano estão a impactar a saúde mental, porque podem influenciar os níveis de ansiedade. Microbioma é a comunidade de microrganismos que existem em superfícies, como a pele, a boca ou os intestinos. O microbioma é composto principalmente por bactérias; a microbiota intestinal, ou seja, os milhões de microrganismos que habitam apenas no trato gastrointestinal, integra esta comunidade.
O principal pesquisador nesta matéria é Tim Spector, professor de Epidemiologia Genética e cofundador do ZOE. No livro Food for Life, analisa as mais recentes evidências científicas sobre o que comemos, como comemos e por quê; e explica como podemos usar esse conhecimento para melhorar o microbioma através da nutrição.
Importa entender que a forma como nos alimentamos influencia a qualidade das bactérias intestinais. Estas, por sua vez, fazem com que tenhamos maior propensão a sentir ansiedade, quando submetidas a uma nutrição desequilibrada.
Sabemos que o microbioma influencia a função cerebral ou humor, e que pessoas com condições neurológicas (como autismo) têm composições diferentes no que toca à microbiota; mas há um estudo publicado pela Nature que comprovou que uma molécula criada por bactérias intestinais empobrecidas estimulou comportamentos semelhantes a ansiedade na atividade cerebral dos ratos, nas áreas associadas ao medo e ansiedade. O estudo mostrou, de facto, a influência das bactérias intestinais no cérebro.
Isso faz-nos entender que nutrir o intestino é alimentar o cérebro! Devemos promover o crescimento de bactérias intestinais benéficas que ajudem a gerir ou aliviar sintomas de ansiedade. As mudanças no microbioma via nutrição podem moldar a ansiedade e contribuir para o equilíbrio da saúde física e mental.