A Liga PRO terminou e desta forma cessou também o contrato que ligava João Traquina à Académica, clube que representou por dez temporadas com interregnos.
A Liga PRO terminou e desta forma cessou também o contrato que ligava João Traquina à Académica, clube que representou por dez temporadas com interregnos.
“Gostava de renovar pois a Académica é um clube especial, mas isto é o tipo de situação que não depende só de um lado”, confidencia ao REGIÃO DE CISTER, explicando que está “tranquilo e sempre disposto a ouvir outras propostas”.
“Foi injusto não acabar o campeonato de 2.ª liga. Não entendo como se opta pela discriminação numa situação destas” critica o alcobacense, recordando “o ótimo momento de forma individual”, com 6 golos apontados, e os objetivos da equipa que podiam ainda ser atingidos.
A reta final da temporada podia ter sido proveitosa para o extremo mas apesar de ainda não conhecer o futuro, o avançado alcobacense não tem dado tréguas ao trabalho físico e continua a fazer o trabalho de casa. “Até ao término do contrato seguia as instruções e os planos de treino que a equipa técnica me mandava, mas enquanto não houver decisões serei eu a gerir todo o meu treino”, explica, notando que é algo para o qual está perfeitamente preparado uma vez que se está a formar academicamente na área do desporto e especificamente no treino.
João Traquina é o alcobacense no patamar mais alto do futebol nacional, sendo apenas superado na região de cister pelos irmãos nazarenos Ricardo e Tiago Esgaio (Sp. Braga e Belenenses, respetivamente) e Stephen Eustáquio (Paços de Ferreira), mas à semelhança dos nazarenos também já se estreou na 1.ª Liga.
A 15 de agosto de 2015, o alcobacense é chamado pelo técnico Ricardo Sá Pinto (Belenenses) a participar no empate a 3 bolas com o Rio Ave na jornada inaugural do escalão principal. “Por acaso até estava bastante tranquilo, talvez pelo facto de já ter 26 anos e alguma maturidade futebolística”, descreve o jogador que no final da época viria a regressar à Académica, clube pelo qual terminou a formação e se estreou como sénior.
“O convite para assinar pela Académica surge após uma época menos positiva no Belenenses e como a AAC sempre foi um clube querido para mim, não pensei duas vezes e assinei”, atira o jogador, relembrando que o regresso significou voltar a competir no escalão secundário. “Tinha o desejo de vestir a camisola da briosa”.
O maior desafio não foi no entanto jogar num escalão inferior, mas superar uma rotura do ligamento cruzado anterior que o afastou da competição durante dez meses na temporada 2017/2018. “Olho para esse período da minha carreira como muitos outros, difíceis de ultrapassar, mas orgulhoso por ter conseguido”, assegura o finalizador, de 31 anos, cuja formação iniciou no Ginásio.
João Traquina iniciou-se no escalão de escolas do Ginásio, representando o clube até iniciados antes de rumar ao Benfica. Uma época fora de casa e decide regressar ao Municipal de Alcobaça em juvenis, mas por lá ficaria apenas uma temporada também, dado que a qualidade apresentada chamou a atenção da Académica que o levaria de seguida rumo à capital dos estudantes.
Com passagens na carreira por Belenenses, Sp. Covilhã, Sertanense, Naval, Tourizense, Pampilhosa, Fafe e Estoril, foi em Coimbra que João Traquina se fixou nas últimas quatro temporadas. Agora é livre para sonhar, quem sabe até com uma aventura no estrangeiro…