Quinta-feira, Abril 25, 2024
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Teatro está de regresso à Maiorga

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Passam poucos minutos das 21 horas de segunda-feira. No Centro de Bem Estar Social (CBES) da Maiorga, as luzes já estão acesas. No palco há movimento e no chão há cenários por acabar de pintar. Andam de um lado para o outro. Trocam ideias. Juntam-se diferentes gerações, neste caso, dos 11 aos 83 anos, nas diferentes salas de trabalho.

Passam poucos minutos das 21 horas de segunda-feira. No Centro de Bem Estar Social (CBES) da Maiorga, as luzes já estão acesas. No palco há movimento e no chão há cenários por acabar de pintar. Andam de um lado para o outro. Trocam ideias. Juntam-se diferentes gerações, neste caso, dos 11 aos 83 anos, nas diferentes salas de trabalho.
Há teatro na Maiorga! Sim, o teatro está de regresso, passadas várias décadas. Ninguém vai querer perder pitada da primeira apresentação do Grupo de Teatro Amador do CBES. É já na noite do próximo dia 30, às 21 horas. Uma oportunidade para assistir a cinco peças, encenadas por Aníbal Ricardo. Imagina-se um ardina a gritar estas palavras pelas ruas da aldeia. 
O serão podia ser passado em casa, mas optaram por arregaçar as mangas e ajudar a desenhar o futuro cultural da terra. No início, não foi fácil. Jovens de um lado e pessoas com mais idade do outro. Confronto de gerações. Hoje, já não passam uns sem os outros, motivam-se e acreditam que vai ser um sucesso a estreia deste grupo de teatro, que começou a dar os primeiros passos no mês de setembro.
Em cima do palco, há passos fortes, correspondentes à comunicação corporal e verbal que a peça exige. Erra. Repete. Aníbal Ricardo, que anda nestas andanças desde os 19 anos e a encenar há 12, não permite falhas. “É a maior aventura na qual me meti. Nunca tinha feito nada igual”, testemunha o encenador, que, em conjunto com Sandra Bernardo, esteve à frente do Teatro Prata da Casa da Vestiaria. “É um grupo muito heterogéneo. O José Ezequiel esteve em coma e ainda apresenta limitações, tenho um senhor, com 80 anos, que ainda está com dificuldade em adaptar-se ao papel”, explica Aníbal Ricardo, feliz por abraçar um projeto que tira as pessoas de casa e as mantém ativas.
Foi a partir do desafio de Fátima Camacho a Aníbal Ricardo que surgiu o grupo, que a direção, liderada por Joaquim Matias, aplaude. “É muito mais do que um grupo de teatro. É um grupo que promove a cultura e as tradições da terra, juntando a comunidade num verdadeiro encontro de gerações”, salienta a diretora técnica do CBES.
Vittorina Rocha, que tem 14 anos e anda no 9.º ano, frequentou a instituição e hoje é ‘atriz’. “Estou feliz por estar aqui a viver este momento. O facto de não ser muito social, ajudou-me a sair da minha ‘bolha’ e a estabelecer contacto com outras pessoas”, diz. Já José Ezequiel afirma que está a ser uma alegria conhecer novas pessoas e que o teatro é uma terapia.
Os atores em cima do palco pedem silêncio. As distrações são “terríveis” e Aníbal Ricardo não perdoa. Na sala ao lado, pintam-se cenários, discutem-se peças de vestuário e dão-se gargalhadas. As mais velhas, pelo seu conhecimento, vão, em casa, costurando algumas peças, que são estudadas, e também desenhadas, pela cenógrafa Diana Borges.
De joelhos, Diana Borges vai pintando o cenário de ‘As três abobrinhas’. “É a peça mais pequena, mas a que tem o cenário mais trabalhoso”. Neste momento, confessa a também designer de comunicação, a “maior luta é remar contra o tempo”. Todo o trabalho está a ser feito pela primeira vez, não há espólio. “Trabalhamos à base do voluntariado e da boa-fé”, remata.
Maria Rita André, 15 anos, Nazaré Félix, 52 anos, e Maria do Rosário André, 72 anos. Três gerações de uma mesma família que se encontram na vida e, agora, no teatro.
A mais nova, que sonha em ser estilista, já participava em peças na Vestiaria e nunca imaginou estar com a mãe e a avó num grupo de teatro. Na família de Nazaré Félix a tradição do teatro já vem desde o tempo do pai e durante cerca de oito anos, no Salão Paroquial, através de um grupo de jovens, organizou peças de teatro. Também a sogra Maria do Rosário André está a cumprir o sonho do marido, que esteve ligado à instituição mais de duas décadas: o teatro regressou e está a ajudar a erguer uma das tradições da Maiorga

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