Domingo, Novembro 24, 2024
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Azenhas de Chiqueda quer praia fluvial e passeio pedonal no Alcoa

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É na aldeia de Chiqueda que se pode vislumbrar a nascente do Rio Alcoa, um verdadeiro ponto de encontro de gerações. A força da corrente dá a energia que faz girar as nove azenhas que se contam ao longo do leito do rio. Foi para preservar aquele lugar tão precioso que nasceu, há ano e meio, a Associação Azenhas de Chiqueda, cujos associados fazem questão de proceder à limpeza regular do rio.

É na aldeia de Chiqueda que se pode vislumbrar a nascente do Rio Alcoa, um verdadeiro ponto de encontro de gerações. A força da corrente dá a energia que faz girar as nove azenhas que se contam ao longo do leito do rio. Foi para preservar aquele lugar tão precioso que nasceu, há ano e meio, a Associação Azenhas de Chiqueda, cujos associados fazem questão de proceder à limpeza regular do rio.

Desde o final de 2014 que os sócios que se vão juntando à associação utilizam os materiais próprios e a força física (e de vontade) para limpar o rio que atravessa a aldeia. Atualmente são 31 pares de mãos que se juntam quando é preciso trabalhar, porque, acima de tudo, acreditam na potencialidade do rio e na sua “força” para que Chiqueda seja vista como um ponto de paragem obrigatório quando há visitantes por Alcobaça.

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Foi pelas mãos de Rui Bento, Tomásia Cafofo e Bruno Carvalho que se formou a associação, que tem como base a intervenção ambiental. “Era urgente limpar o rio, pois havia árvores caídas e muito lixo que se foi acumulando”, conta Rui Bento, presidente da Direção. “Durante muitos anos, as pessoas fizeram do rio uma lixeira. Ali de tudo se via: lixo doméstico e vestígios das fábricas de loiça, como o barro e, até, as formas”, lamenta.

Com a ajuda dos associados, o rio é limpo por parcelas de 30 metros quadrados, quase todos os fins de semana, quando o bom tempo o permite. Ao todo, são 3,5 quilómetros que estão por conta da associação. Como apoio, a Câmara de Alcobaça e os Serviços Municipalizados, bem como a Junta de Freguesia de Aljubarrota, ajudam a reunir as máquinas necessárias para retirar o lixo que é limpo pelas mãos dos voluntários, auxiliando no processo do início ao fim.

Apesar de serem apenas 31 os sócios da associação, nem só de habitantes de Chiqueda se faz esta “brigada” de intervenção. Já por lá passaram japoneses, alemães e irlandeses como o Brian, ingleses e também franceses, como o “senhor” Paul, que, de férias, se voluntariam para limpar o rio que consideram ser “tão bonito”. “Essas pessoas, como não vivem perto de um curso de água com estas características, dão-lhe muito valor, e por isso querem ajudar a mantê-lo nas melhores condições”, justifica Tiago Serrano, um dos dirigentes. As dificuldades de comunicação “ultrapassam-se com gestos” e “muito riso à mistura”, já que “o que conta mesmo é a força de vontade”.

Para valorizar o rio, é desejo da Associação Azenhas de Chiqueda “criar uma praia fluvial, junto à ponte, e um passeio pedonal que terminasse na Fervença”, conta Rui Bento.

Até agora sem prazo de finalização, estes são dois projetos que “quem vive em Chiqueda gostava de ver executados o mais depressa possível”, conta Rui Bento.

“Uma praia fluvial seria bastante frequentada, não só por gente da terra, mas também por turistas, que tanto apreciam este local”, conta o presidente da associação. Já o passeio pedonal, que teria o comprimento de aproximadamente dez quilómetros, “permitiria visitar e valorizar o rio de outra forma”, remata.

Enquanto não há verbas suficientes para avançar para projetos maiores, a associação vai recolhendo fundos com a organização de várias atividades como a “caça ao tesouro”, noites de fado junto ao rio e, como acontece há dois anos, o já famoso desfile de Chita sobre o Alcoa.

Tudo isto acontece num barracão que se transforma “do dia para a noite”, para servir de bar em dias de festa e que é aberto também nos dias de limpeza do rio.

Apesar de todos os esforços desta associação para manter o Alcoa limpo e potencializá-lo como ponto turístico, “há esgotos que ainda continuam a desaguar no rio”, nota Rui Bento. No entanto, a persistência de quem acredita na “corrente” do rio, faz com que se continuem os trabalhos na sua manutenção e crescente valorização. E é graças a esta associação que há um rio mais limpo, que atravessa uma pequena aldeia à beira de Alcobaça plantada.

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