“Olhares Cruzados” é o nome da exposição de fotografia dos 13 formandos do curso de “Projeto Fotográfico de Autor” do Centro de Formação Profissional Para a Indústria da Cerâmica (Cencal). Para muitos, esta é a primeira vez que expõe os seus trabalhos, mas até 14 de julho, o Museu do Vinho, em Alcobaça, terá patente uma mostra digna de profissionais.
“Olhares Cruzados” é o nome da exposição de fotografia dos 13 formandos do curso de “Projeto Fotográfico de Autor” do Centro de Formação Profissional Para a Indústria da Cerâmica (Cencal). Para muitos, esta é a primeira vez que expõe os seus trabalhos, mas até 14 de julho, o Museu do Vinho, em Alcobaça, terá patente uma mostra digna de profissionais.
A exposição, composta por três fotografias por formando, é uma pequena representação dos projetos realizados e, segundo Pedro Calçada, “é muito superior a muitas exposições que têm sido realizadas em Alcobaça”. “São 39 fotografias e posso afirmar que não há uma que não seja digna de exposição”, sublinha o aluno.
Os temas são distintos e de escolha pessoal. Os cemitérios, a rotina de um pastor, a Nazaré, o esquecimento, as ruas de Alcobaça durante a noite e a arquitetura da região foram alguns dos temas escolhidos pelos formando, que confessam que a escolha não foi fácil e imediata. “A minha ideia original era fotografar a minha zona de conforto, o pôr do sol e as paisagens sob essa luz, mas fui desafiada a ir além disso e como já tinha o gosto pela arquitetura decidi fotografar a evolução da mesma”, confessou Magda Santos ao REGIÃO DE CISTER. Por sua vez, Tatiana Alexandre escolheu o seu tema durante uma visita à campa do avô. “Portugal tem cemitérios únicos e embora sejam locais de repouso, há sempre vida, nomeadamente através das flores que os familiares colocam nas campas. Foi assim que decidi fotografar os pequenos detalhes dos cemitérios”, relembra a jovem. Rosa Santos optou por expor fotografias de uma “paixão” antiga: as maçanetas de casas abandonadas. “Através das minhas fotografias ambiciono mostrar a beleza de maçanetas, que em outro tempo tiveram valor monetário, e que agora estão ao abandono. É uma forma de falar do esquecimento”, declara. O tema oblívio foi também musa para a nazarena Denise Vieira, que fotografou as ruínas “a norte da Praia do Norte” e da Igreja de São Gião.
A grande maioria enfrenta pela primeira vez o nervosismo de ver as suas obras expostas nas paredes de uma galeria, mas Micael Campos acredita, que não há razão para receios. “Acreditávamos que nunca teríamos capacidade de chegar a este patamar, que não havia qualidade… Mas ao olhar para a exposição, tenho a certeza de que ela está cá”, afirma. “É muito emocionante todo o processo até à exposição e é isso que fica para sempre”, acrescenta a aluna Inês Lourenço. O “gostinho” pela arte ficou presente em todos, tanto para enriquecimento profissional ou pessoal. “Vou começar a imprimir todas as minhas fotografias, ganhei o gosto”, graceja Gonçalo Baptista.
Ecletismo foi a palavra escolhida pelo docente Pedro Vicente para descrever o trabalho realizado pelos alunos. “Com esta exposição vamos levar o Cencal à comunidade e esperamos levar a comunidade ao Museu do Vinho”. Fica lançado o convite.