Está provado que os alunos com mais hábitos de leitura têm melhor desempenho escolar, mas a percentagem de jovens portugueses que dizem apenas ler por obrigação aumentou significativamente nos últimos anos. Ainda assim, há exceções e até quem teste essa “paixão” no âmbito de concursos nacionais.
Está provado que os alunos com mais hábitos de leitura têm melhor desempenho escolar, mas a percentagem de jovens portugueses que dizem apenas ler por obrigação aumentou significativamente nos últimos anos. Ainda assim, há exceções e até quem teste essa “paixão” no âmbito de concursos nacionais.
É o caso da jovem Inês Costa Louro, que em 2017 representou a região Oeste na final do Concurso Nacional de Leitura. “Sempre adorei ler e escrever, então vi neste concurso uma oportunidade para poder fazer estas duas coisas. Participei em todas as edições durante o ensino secundário e cada participação foi uma experiência diferente”, recorda a jovem. Para a ex-aluna da Escola Secundária D. Inês de Castro, conhecer novas obras e novos autores foi um dos aspetos mais gratificantes da competição. “Algo que também me marcou bastante na fase nacional desta competição foi conhecer alunos e professores de outras partes do País e partilhar com eles não só uma paixão comum, como um bocadinho das nossas histórias”, recorda a alcobacense.
A concentração foi a palavra-chave na prestação da jovem, que realizou uma “uma leitura atenta e focada, refletindo sobre os momentos mais relevantes da obra”. O apoio e o feedback da família e professores foi “imprescindível” no sentido de recolher opiniões sobre a apresentação oral das obras. É certo que casos como o de Inês Costa Louro são cada vez mais raros, pois a estudante de Medicina revela ser uma apaixonada pela literatura desde os 5 anos. Mas este “hobbie” ocupou um lugar (ainda) maior na sua vida após a participação na competição. “Graças a este concurso encontrei um livro que acabou por se tornar numa das minhas obras de eleição, o “1984” de George Orwell. Comecei a ler um livro por semana, mas nas férias de verão este número é francamente superior”, afirma a jovem, sublinhando que atualmente, com o ritmo desafiante da faculdade, torna-se um pouco mais difícil manter esta rotina.
Criado precisamente com o objetivo de estimular o treino da leitura e desenvolver competências de expressão escrita e oral, o Concurso Nacional de Leitura é a única prova a nível nacional que consegue colocar os jovens a ler por simples prazer. Em clima de competição, os jovens são desafiados a colocar em prática técnicas de compreensão, de comunicação e de argumentação face a algumas das obras mais conceituadas da literatura portuguesa. As técnicas de preparação variam de aluno para aluno e embora nem todos consigam alcançar as etapas finais, é unânime a ideia de que foi recolhido algo positivo para o seu percurso escolar e até pessoal.
A 14.ª Edição do Concurso Nacional de Leitura decorre até ao dia 6 de junho, dia da grande final, em Oeiras. A fase municipal, que marca o arranque das competições entre os alunos das escolas do concelho, decorre esta segunda-feira na Biblioteca Municipal de Alcobaça. Para quem vai concorrer nesta edição, o conselho de Inês Costa Louro é “manter a calma e exercitar ao máximo a capacidade de raciocínio”.