Falar de dedicação e amor ao CCDS Casal Velho é relembrar o percurso dos irmãos Carvalho Rodrigues no clube.
Falar de dedicação e amor ao CCDS Casal Velho é relembrar o percurso dos irmãos Carvalho Rodrigues no clube. Flávio Rodrigues é o exemplo máximo no clube, dado que em 15 épocas ao serviço dos casalenses já arrecadou dez prémios de assiduidade por nunca falhar um treino. O ala é seguido precisamente pelo irmão mais velho, Pedro Rodrigues, que com 5 distinções, mostra que estes dois irmãos são uma dupla de referência pelo Casal Velho.
“Desde que comecei a jogar no clube que faltei apenas a um treino porque estava lesionado”, conta ao REGIÃO DE CISTER Flávio, que nunca conheceu outro amor que não este. “Assumi o compromisso e faltar é como se o quebrasse”, nota, acrescentando que mesmo quando esteve a recuperar de uma lesão não falhava uma presença. Flávio começou nos infantis do clube e conta com vários títulos, desde a taça distrital de juvenis ao campeonato em juniores, festejando ainda a taça ao serviço dos seniores pelos quais viria a festejar o título da Divisão de Honra, duas supertaças e ainda outra taça distrital.
O CCDS Casal Velho iniciou a competição na época 2005/2006 e passado três épocas o clube começou a premiar a dedicação dos atletas que não falham um treino ou jogo durante a temporada. E se Flávio é um exemplo de dedicação, não menos o é o irmão. Pedro Rodrigues, mais conhecido por Sineta, iniciou-se no Casal Pardo, tendo na época seguinte rumado ao clube vizinho. Em 12 épocas no clube conseguiu cinco distinções.
“É uma das coisas que mais valorizo num jogador”, afirma o capitão casalense. “Nos tempos que correm os miúdos têm mais facilidade em faltar a um treino”, lamenta o alcobacense que relembrou as vezes que o mister Rui Ribeiro ia buscar os irmãos a casa para irem treinar. “Há sempre vontade de treinar e de jogar”, explica. “Somos tão competitivos um com o outro que até na assiduidade queremos ser os melhores”, brinca o canhoto.
No final de cada temporada o clube realiza uma gala e destaca os mais assíduos.
Há quem já brinque com a situação e diga antes da gala que o prémio de assiduidade já está entregue a Flávio Rodrigues. E assim deverá continuar. “Sou um privilegiado por representar o Casal Velho e é por isso que vou quatro vezes por semana ao clube. É o facto de estar com pessoas de quem gosto e admiro e que acabam por representar mais de metade da minha vida”, esclarece.
O sentimento é partilhado por Sineta que até já recusou propostas financeiramente mais tentadoras. “Chega a uma fase da carreira em que há coisas mais prioritárias do que jogar por objetivos maiores”, adianta o jovem técnico confessando que até já deixou de viajar para não falhar o compromisso com o clube: “Paguei a viagem e decidi não ir para não falhar”.
Pedro Rodrigues regressou ao CCDS Casal Velho em 2016/2017 e leva agora no braço a braçadeira que nas últimas três épocas foi usada precisamente pelo irmão Flávio. “Achei que era preciso um novo ciclo no grupo de capitães e passar este testemunho ao meu irmão é marcante”, destaca Flávio, descrevendo o irmão como uma “referência”.
A braçadeira por isso não será de admirar que continue a estar no braço de um dos irmãos Carvalho Rodrigues. É que quem passa pelo clube de Alfeizerão certamente não passa sem conhecer a dedicação e empenho dos dois manos.
Em confrontos diretos lidera o irmão mais velho…
O dia 4 de outubro de 2014 foi diferente para os irmãos. Ainda partilhavam o quarto em casa dos pais quando Sineta, ao serviço do Fátima, regressa ao CCDS Casal Velho para jogar diante do clube de sempre, e do irmão… A vitória sorriu ao mais velho, por 1-2, numa partida em que Loja, agora a vestir de amarelo e preto, marcou os dois golos fatimenses.
“Só falámos um com o outro no dia seguinte”, brinca Pedro Rodrigues, ou “André”, como é tratado pelo irmão. O mais velho dos irmãos jogou duas temporadas pelo Fátima, clube no qual foi treinado pelo nazareno Rogério Serrador, e soma mais triunfos no confronto direto com o irmão. Em cinco encontros Sineta ajudou a ganhar três, com Flávio a festejar a vitória por uma vez e com um empate pelo caminho.“Somos muito competitivos e nesses dias era como se não houvesse nenhuma relação”, graceja Flávio Rodrigues.
Quis o destino que há três épocas voltassem a partilhar o balneário, mas a competitividade permanece no ADN dos irmãos. O REGIÃO DE CISTER propôs o desafio “bola na barra” e nenhum quis facilitar. A vitória, no entanto, voltou a sorrir ao mais velho, por 2-0. No fim houve direito a abraço. Ou não…