Fez 25 anos este domingo que Paulo Carreira (Ótica 2001) bateu o recorde pessoal na prova de 3.000 obstáculos (8m50s), nas “Noites Quentes da Maia”
Fez 25 anos este domingo que Paulo Carreira (Ótica 2001) bateu o recorde pessoal na prova de 3.000 obstáculos (8m50s), nas “Noites Quentes da Maia”. Com esta marca, o alcobacense bateu o recorde distrital, que já lhe pertencia desde 1992, sendo o detentor do legado mais antigo da Associação Distrital de Atletismo de Leiria (ADAL), com 28 anos.
“Houve três séries de 3.000 obstáculos e corri na última série, onde estavam os atletas com melhor marca. A prova começou à meia-noite e tinha como objetivo superar a marca pessoal (8m58s)”, explica Paulo Carreira ao REGIÃO DE CISTER, tendo terminado a prova no 3.º lugar.
“Naquele dia senti que poderia superar a marca de acesso ao estatuto de Atleta de Alta Competição (8m55s). O treinador Vítor Zabumba e o meu colega Carlos Santos, recordista dos 1.500 e 5.000, diziam que estava em grande forma e o horário da prova favorecia-me, pois era à noite e a temperatura estava ótima”, recorda. “Durante o aquecimento os meus adversários portugueses disseram que iam lançar a prova para passar o primeiro km em 2m50s e para ir com eles. No final, olhei para a bancada e vi os colegas e treinador a festejarem e a acenarem com os polegares”, sublinha o alcobacense.
“Senti que tinha alcançado o meu sonho e que iria cumprir outro, ser um dia professor de Educação Física e trabalhar com crianças e jovens, procurando motivar e ajudar a cumprir os seus sonhos e objetivos”.
A marca pessoal obtida a Norte de Portugal garantiu o acesso ao ensino superior, no qual viria a licenciar-se em Educação Física, chamando também a atenção dos grandes clubes nacionais. “Quando alcançei o recorde fui convidado para representar o Sporting, no entanto, o clube queria que fosse treinar e estudar para Lisboa e optei por rejeitar porque tinha o sonho de estudar em Coimbra e de representar o Benfica”, confessa o professor, que chegaria mesmo a atingir o objetivo.
“Nunca esquecerei o dia da apresentação no Estádio da Luz. O Benfica apresentou as equipas de atletismo e ciclismo no meio de 30 mil adeptos que assistiam ao jogo entre Benfica e Académica, e em que na bancada estava a minha mulher e a minha sogra”, relembra.
O alcobacense começou a carreira na URBA, passando depois pela Óptica 2001, Bairro dos Anjos, Benfica, J. Vidigalense, Ginásio e Vieirense, contando com 12 títulos distritais em 1.500, 3.000, 3.000 obstáculos, 10.000, 4x400m e Corta-Mato, aos quais soma ainda a medalha de bronze no torneio ibérico-americano que se realizou em Zamora (Espanha). No entanto, na memória fica a sensação de uma carreira no atletismo terminada precocemente.
“Abandonei a minha carreira como atleta aos 25 anos quando estava na curva ascendente e sinto que poderia ter alcançado marcas fabulosas”, destaca o professor de 48 anos, que optou por dedicar mais tempo à família e à profissão. “Não me arrependo, mas o bichinho da competição existe sempre”, completa o docente (AE de Cister) que apesar de não competir a nível federado preparava-se para celebrar os 25 anos do recorde com o campeonato do Mundo de veteranos que estava marcado para março.
Filha é uma das melhores no peso a nível nacional
Diz a sabedoria popular que “filho de peixe sabe nadar”. Paulo Carreira é pai de Inês Carreira (J. Vidigalense), uma das jovens que mais tem arrecadado medalhas para o distrito. “Pelo currículo nacional e internacional que apresenta a Inês já me supera largamente e é uma satisfação imensa, pois como ela dizia desde pequena gostava de ser uma atleta como o pai”, brinca o docente.
A jovem está na vice-liderança do ranking nacional no escalão de esperanças (sub-23) no lançamento do peso e na curta carreira já conquistou 7 títulos nacionais, foi por seis vezes campeã nacional do Desporto Escolar e é detentora do recorde nacional do peso no Desporto Escolar, assim como do recorde distrital de infantis.