Pode parecer estranho, mas esta história sobre o padel começa a ser contada por um treinador de… futsal. Gabriel Fernandes é o técnico da equipa sénior do Centro Social de Évora, mas, desde há três anos, concilia as duas modalidades desportivas na rotina semanal. Ainda antes da pandemia, apanhou o “bichinho” pelo padel e daí até ser um apaixonado pela modalidade foi um pequeno salto.
Este conteúdo é apenas para assinantes
“Além de ser uma forma de criar novas amizades, senti também uma grande diferença na minha saúde física”, começou por referir o caldense, que deu as primeiras raquetadas mais a sério no Padel Clube de Alcobaça, já depois de ter experimentado a modalidade num campo aberto à comunidade, em Caldas da Rainha. “Desde que comecei a jogar com mais regularidade perdi muito peso”, conta Gabriel Fernandes, revelando que pesava 120 quilos e agora já conseguiu baixar dos três dígitos, pesando 95 quilos. “Não foi só o padel que ajudou a perder peso, mas teve uma grande importância neste equilíbrio físico”, salientou o jogador, de 54 anos, que representa atualmente o Caldas Rugby Clube na Liga Nacional de Clubes.
Sobre a modalidade que pratica assiduamente, o jogador, que contabiliza uma carreira de 42 anos no… ténis de mesa, destaca o facto de “integrar todos os tipos de estaturas físicas”, sublinhando que exige “uma resistência muito grande na disputa de cada ponto”, razão pela qual “acaba por trazer inúmeros benefícios para a saúde física e também mental”. O técnico de futsal assume que costuma jogar, pelo menos, quatro vezes por semana, sendo uma delas para a liga de clubes, porém, afirma também que gosta de jogar padel pelas amizades que se criam.
Essa mesma “amizade” é sublinhada por Mário Cerol, que, “tanto quanto possível” é jogador no Padel Clube de Alcobaça. “Passamos sempre bons momentos, não só em campo, mas também fora dele”, refere o alcobacense, que já participou em vários torneios do distrito.
“É o momento em que consigo aliviar do stress diário”, assevera, aliando, também, o facto de ajudar à prática de exercício físico com maior regularidade. Mas, e no caso do comandante dos Bombeiros Voluntários da Nazaré, esta história até tem uma particularidade: o alcobacense já jogou andebol e futebol, mas nunca tinha pegado numa raquete para um jogo mais a sério.
“É uma modalidade nova, mas que tenho gostado bastante”, sustenta, acrescentando, em jeito de brincadeira, que durante aquele período em que está nos courts é “apenas o Mário Cerol e não o comandante dos Bombeiros”.
O antigo comandante dos Bombeiros de Alcobaça costuma jogar padel duas vezes por semana, no clube de Alcobaça, e é uma das centenas de novos jogadores que têm sido “descobertos” nos courts de padel da região.
O Padel Clube de Alcobaça foi um dos pioneiros do padel nos três concelhos da região, tendo sido inaugurado em 2019. O clube conta com 60 alunos e mais de 150 praticantes, sendo que 30 representam as duas equipas inscritas na Liga Nacional de Clubes. Os atletas integram faixas etárias desde os 8 aos 50 anos e durante a semana são inúmeros os treinos que decorrem naquele espaço. Ali são também realizados torneios, alguns dos quais já chegaram a ter 46 duplas em competição no período de apenas dois dias, mas também muitas aulas e apenas sessões de treinos, em que os praticantes procuram somente fazer desporto, sem qualquer compromisso competitivo.
“A maior parte das pessoas que vem jogar padel, e contrariamente ao que se pensa de que são ex-jogadores de ténis, nunca tinha pegado numa raquete e chega com experiência noutras modalidades como o futebol, ciclismo, btt…”, refere Bruno Rego, que gere o Padel Clube de Alcobaça em parceria com Davide Coelho. O empresário, e também juiz-árbitro da Federação Portuguesa de Padel, considera que o que motivou, e continua a motivar, as pessoas a conhecerem esta modalidade é o facto de quererem praticar desporto, sem recorrerem aos habituais ginásios, e, dessa forma, aliarem também a vertente desportiva à vertente social. “No padel encontram-se as mais variadas gerações, de diversas atividades profissionais completamente distintas, mas que, através do padel, acabam por criar uma ligação que chega a evoluir para amizades e, em alguns casos, até mesmo para ligações profissionais”, revela o alcobacense.
Sobre a evolução do clube de Alcobaça, Bruno Rego afirma que “o número de atletas é bastante positivo, sobretudo, depois da pandemia”. Todavia, nota que é necessário mais espaço para crescer. O clube conta atualmente com dois campos, com 200 metros quadrados cada.
Ainda assim, há sempre espaço para um joguinho. Escolha um par para fazer a dupla – o parceiro ideal é aquele com quem quiser jogar – e força na raquete. Boa jogatana!