Terça-feira, Março 18, 2025
Terça-feira, Março 18, 2025

“À espera de uma estrela ou, quem sabe, de uma chuva delas“

Data:

Partilhar artigo:

Nestes dias grandes, temos mais tempo para viajar, mesmo que, apenas, com o olhar, que o mesmo é dizer, recuperarmos a capacidade de nos espantarmos.

Susana Santos

“Creio que uma folha de erva não vale menos do que a jornada das estrelas”. Este verso, de Walt Whitman, poeta dos homens e da natureza, parece-me um bom mote para uma crónica de Verão.

Por esta altura, a maioria de nós está de férias ou espera por elas, ou, em tantos casos, observa as férias dos demais, o que é, por si só, uma espécie de parêntesis em relação ao resto do ano, um intervalo nas rotinas e, portanto, o momento para reflectir, ou sorrir, ou as duas coisas.

Nos dias extensos e largos do Verão, a luz intensa convida-nos a ver com mais nitidez. Podemos até olhar para as mesmas coisas de sempre. Mas, se além de olharmos, nos dedicarmos também a ver, tudo o que nos rodeia se pode tornar formidável.

Região de Cister - Assine já!

Seja um búzio que encontrámos na praia, e cuja espiral, essa geometria sagrada, nos pode transportar ao infinito, seja a forma de uma montanha, o contorno de um tronco envelhecido ou, ainda e sempre, o assombroso pôr-do-sol no fim do mar.

É assim com a forma de uma alga que se nos cola às pernas, com o remate de um capitel e é, se o quisermos, com cada coisa que nos rodeia. Nestes dias grandes, temos mais tempo para viajar, mesmo que, apenas, com o olhar, que o mesmo é dizer, recuperarmos a capacidade de nos espantarmos.

Nem sequer é preciso tempo, trata-se de apenas de nos dedicarmos a ver e nos permitirmos emocionar com a forma do céu ou de uma sombra, porque a quantidade de beleza que nos rodeia é, de facto, espantosa. Por isso mesmo, lá vou eu, como todos os verões, passear na Serra d’ Aire e Candeeiros, visitar as praias do oeste e, ainda, revisitar as obras de arte com que tanto a natureza como os homens decidiram enfeitar a nossa terra.

Porém, quando o fizer, tenho a certeza que vou descobrir coisas novas para me emocionar. E quando vier o suão, hei-de deitar-me, de papo para o ar, à espera de uma estrela ou, quem sabe, de uma chuva delas.

AD Footer
Artigo anterior
Próximo artigo

Artigos Relacionados

Arte no feminino em destaque na Biblioteca José Soares

A Biblioteca Municipal José Soares da Nazaré acolhe, até ao próximo dia 29, a Semana Arte Mulher que...

INIAV e Universidade de Coimbra reforçam investigação

O Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P (INIAV) celebrou um protocolo com a Universidade de Coimbra...

Pataiense ganha título mundial em competição de ornitologia

O pataiense Marco Melo sagrou-se campeão mundial no Campeonato Mundial de Ornitologia, que decorreu em Santa Maria da...

IEJ recebe DAE de uma parceria com URD Juncalense

O Instituto Educativo do Juncal (IEJ) recebeu um Desfibrilador Automático Externo (DAE), oferecido pela União Recreativa e Desportiva...

Aceda ao conteúdo premium do Região de Cister!