Um homem, de 34 anos de idade, e uma mulher, de 38, ambos residentes na Benedita, foram detidos pela Polícia de Segurança Pública (PSP) de Leiria por se fazerem passar por oficiais da Guarda Nacional Republicana (GNR).
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Na sequência de uma investigação – “Operação Dupla Face”-, as detenções, feitas por elementos da Esquadra de Investigação Criminal da PSP de Leiria, ocorreram na passada segunda-feira, em flagrante delito, sendo o casal suspeito da prática dos crimes de abuso de designação, sinal ou uniforme. Os suspeitos tentavam celebrar um contrato-promessa compra e venda de uma habitação, “em que se fizeram valer da qualidade de oficiais da GNR para daí retirarem algum proveito próprio”.
“Tendo chegado ao conhecimento desta Polícia que um casal andaria a fazer-se passar por Oficiais da GNR, exibindo carteiras profissionais típicas daquela força de segurança, os polícias prontamente encetaram diligências para apurar a identificação dos suspeitos e reunir a prova necessária para aferir a responsabilidade criminal”, explicou a PSP.
Ainda de acordo com a mesma fonte, foram “realizadas buscas domiciliárias e não domiciliárias, onde foi apreendido um vasto leque de fardamento policial adstrito à GNR, divisas, insígnias, equipamento técnico e tático-policial (bastões policiais e de 0rdem pública), algemas, coldres, emissores/recetores (rádios), reprodução de arma de fogo (pistola), luz strobe de cor azul (utilizada para trânsito de viaturas policiais em marcha de urgência), inúmeros cartões profissionais daquela força de segurança e de outras instituições de emergência e socorro, designadamente, Bombeiros, INEM e Proteção Civil, bem como diversas peças de fardamento relativas a estas instituições”.
No decorrer das buscas, foi ainda apreendida uma espingarda, para a qual nenhum dos detidos tem licença de uso e porte.
O homem e a mulher, ambos com antecedentes criminais, foram presentes a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Leiria, tendo o processo baixado a inquérito, pelo que ficaram com Termo de Identidade e Residência.
Este casal, ao que tudo indica, será o mesmo que, no ano passado, solicitou à Junta da Benedita as instalações da antiga Escola Básica do Chamiço para ali alojarem a sede da alegada Associação Corpo de Intervenção Cinotécnico Voluntário de Proteção Civil, intento que acabou por ser negado pelo executivo liderado por Maria de Lurdes Pedro.
Ao REGIÃO DE CISTER, o fundador da suposta associação disse, na altura, representar “uma equipa cinotécnica com cães binómios para apoiar as autoridades em ações de socorro à população”. Roberto Santos, que assumia o papel de comandante de outros três “voluntários”, assegurou ter “todas as formações necessárias” para ser comandante e apoiar em ações de socorro quando o processo de legalização estivesse finalizado. À data, o comandante do Centro Distrital de Operações de Socorro de Leiria, Carlos Guerra, revelou que as autoridades competentes estariam a “averiguar a legalidade desta associação”.