Quinta-feira, Março 28, 2024
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Porque lutam e devem lutar os professores

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Por opção democrática, vivemos num estado social, em que os mais desfavorecidos contam com a solidariedade dos mais prósperos.

Gaspar Vaz

Lutam por respeito – E têm inteira razão, depois de muitos anos de erros sucessivos e generalizados. A carreira, nunca especialmente apetecível em termos económicos, sobretudo nos primeiros escalões, tornou-se um labirinto, por força, mormente, dos congelamentos que aconteceram, desde 2005 até 2017, com uma interrupção de 3 anos, entre 01/01/2008 e 31/12/2010. Com a proliferação das redes sociais, o professor transformou-se também num saco de boxe. Muitas vezes com fundamentos pífios, o “professor do meu filho” tornou-se um alvo apetecido. As escolas tornaram-se, muitas vezes, terra de ninguém, com alunos que não obedecem a nada, que se sentem impunes para mandar os professores para qualquer parte, para lhes encostar a cabeça ou para dormir ostensivamente sobre as mesas. Estes comportamentos deveriam ser, unânime e universalmente, condenados. Deveria haver uma estrutura que se encarregasse destas disfuncionalidades, com firmeza, porque nada justifica esta falta de respeito.

Devem lutar por uma avaliação justa – Os documentos estruturantes da avaliação dos professores (nomeadamente o Dec. Regulamentar 26/2012) têm mais de 10 anos. Pior: datam de um tempo em que a avaliação não impactava diretamente nas suas vidas. Por outro lado, uma organização qualquer não pode ser completamente horizontal e as escolas não escapam a essa norma: há profissionais extraordinários (e outros que nem por isso), há necessidade de colaboradores de topo (e de outros “normais”). Os excelentes são, por definição, raros, mas, sendo novos ou não, devem ser recompensados, sem prejuízo da dignidade de todos. A idade não pode ser o único fator de diferenciação entre o 1º e o 10º escalões. É claro que uma avaliação desperta sempre resistências, ainda mais quando se faz com regras obsoletas. Mas seria bom que, a começar pelos sindicatos, a exigência de uma avaliação justa e com sentido passasse a ser uma das reivindicações dos professores.

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