A Associação de Beneficiários da Cela assinalou a conclusão do projeto, que envolveu a substituição da rede gravítica por uma rede de pressão, a construção de uma nova sede, de pontões, da estação elevatória e a pavimentação das estradas, com uma cerimónia de inauguração, que decorreu este dia 5 e juntou cerca de 180 pessoas na nova sede da entidade. O momento foi ainda palco para o “pontapé de saída” de um novo projeto.
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“Foi um dia muito importante porque marca a finalização de um projeto que liderávamos há alguns anos com a Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural [DGADR]”, sublinha o presidente da Associação de Beneficiários da Cela. Relativamente ao novo projeto que a DGADR já tem elaborado, Carlos Malhó explicou a ideia e a respetiva fase em que se encontra.
“A associação aproveitou para chamar à atenção da urgência da requalificação das margens do Rio Alcoa, principalmente de alguns diques que já não estão em bom estado e que podem causar danos pessoais caso rebentem”, referiu. O projeto já existe, tem um custo orçado em cerca de 5 milhões de euros, e a associação pede a realização da empreitada. “Estamos à espera da abertura de candidaturas para que possamos ter fundos para realizar a obra, que implica a reabilitação do dique desde a antiga Companhia de Fiação e Tecidos de Alcobaça até à Ponte da Barca”, esclareceu o responsável.
Toda essa estrutura de diques que defende a Maiorga e a Fervença é da responsabilidade da Associação de Beneficiários da Cela, que gere 454 hectares e “não tem poder financeiro para requalificar as margens” e a sua manutenção “é um esforço financeiro elevado para a associação”. É por esse motivo que a entidade pediu o auxílio da DGADG e que Carlos Malhó defende que “todos os que utilizam a água do rio dessas zonas devem ser considerados precários e pagar a utilização à associação”.
No discurso de inauguração da estação elevatória da Cela, o diretor-geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural enalteceu o salto tecnológico e na redução de desperdício, bem como todo o trabalho feito pela associação. Rogério Ferreira frisou também que considerava o projeto agora terminado como uma primeira fase do projeto. “A Câmara de Alcobaça tem os estudos preliminares de toda a zona de regadio da Maiorga e está a colaborar com os agricultores daquela localidade. O diretor-geral mostrou também vontade que o perímetro da cela cresça”, avançou Carlos Malhó.
A empreitada inaugurada teve um custo na ordem dos 10 milhões de euros, dos quais 85% foram financiados pela União Europeia e 15% pelo Governo, através do Plano de Desenvolvimento Rural 2014-2020.