Nunca fiz resoluções de ano novo. Mas tenho por certo que em cada dia, ou ano, ou hora que começa, há um tempo que continua
Susana Santos
Têm graça, as resoluções de ano novo. Têm graça e fazem sentido, sobretudo para quem aproveita esta nova volta em torno do sol para, no mesmo percurso, mudar a rota, a bagagem, o destino ou ainda o ritmo da caminhada.
Se decidirmos olhar a vida como uma jornada que se constrói, então o ano novo é sempre o começo de alguma coisa. Mas importa não esquecer que todos os momentos são o começo de alguma coisa, pelo que desejo aos leitores desta Região de Cister, a força, a lucidez e a determinação para encontrarem em cada passo, um impulso positivo, em cada queda um encontro com a consciência e em cada plano, a vontade de melhorar, se não o percurso, pelo menos a viagem e o passageiro.
Nunca fiz resoluções de ano novo. Mas tenho por certo que em cada dia, ou ano, ou hora que começa, há um tempo que continua. E a direcção da marcha equivale ao desenho do futuro. É dessa rota que procuro ter consciência, seguindo um conselho de Drummond de Andrade:
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.”