A cidade está bonita, com as luzes de Natal que a engrandecem. Preparamo-nos para o Natal, mais um.
Mas sabem o que eu gostava mesmo de oferecer ao meu filho?
Um sistema de ensino mais justo, uma escola melhor com mais incentivos, mais compreensão de parte a parte e o fim da “guerra” silenciosa entre encarregados de educação e docentes.
“Olhem que eles são uma coisa em casa, e outra na escola.”
“A educação começa em casa.”
Posso até concordar mas de que me serve saber isso?
Quem conhece o meu historial de cronista, sabe que sempre apoiei a causa dos professores. São a classe mais mal paga e destratada pela opinião pública, muito graças a frases como as que citei.
Tenho pena que assim seja, porque a escola não deveria ser um campo de batalha, um poço de ansiedade para os alunos, uma “prisão” cheia de regras, um depósito onde os deixamos de manhã e os vamos buscar já de noite, para que possamos trabalhar de modo a alimentar a máquina fiscal que nos rapa os ossos.
A carga horária de um aluno em 2024 só é comparável ao peso da sua mochila em dias de muitas aulas, e tanto uma coisa, como outra são absolutamente cruéis, porque lhes roubam tempo para estudar, para desenvolver atividades extra- curriculares, como o desporto.
Também a motivação é um problema. O que aconteceu aquele, ou aquela “setora” fixe que tanto nos influenciava que até íamos para professores, ou músicos, engenheiros, informáticos. É raro ouvir falar dessa criatura mitológica, que tanta falta nos faz, não a nós que a tivemos, mas aos nossos educandos que andam por aí à procura de norte.
É uma perplexidade: os professores andam tristes, enfiados nas burocracia e desprezo que lhes votam os políticos; os miúdos revoltados porque ninguém os compreende; e os pais desesperados, sem tempo ou meios, acossados pela sensação que lhes transmitem de não saberem educar os seus filhos e isso se refletir na escola.
Resolver isto: isso sim seria uma bela prenda de Natal para todos nós.