A mirense Clara Luzio (Golpilheira) deveria estar a competir no escalão de juniores, dado que ainda tem 17 anos, mas a pandemia antecipou as ambições da menina e no dia 27 começou a fintar entre as mulheres na 1.ª Divisão nacional.
A mirense Clara Luzio (Golpilheira) deveria estar a competir no escalão de juniores, dado que ainda tem 17 anos, mas a pandemia antecipou as ambições da menina e no dia 27 começou a fintar entre as mulheres na 1.ª Divisão nacional.
E logo com um triunfo sobre a ARCD Venda da Luísa (4-1) na 6.ª jornada da fase de manutenção.
Ao REGIÃO DE CISTER, Clara Luzio admite que já estava preparada para quando a técnica Teresa Jordão a chamasse a jogo, mas o momento tornou-se igualmente inesquecível. “Estava nervosa devido à responsabilidade que é participar neste campeonato, mas obviamente entrei com confiança”, afiança a jovem atleta, destacando que antes de entrar na quadra sentiu um “voto de confiança” da treinadora que a acompanha.
Relativamente ao feito, confessa que a deixa “naturalmente muito orgulhosa”. “Fiquei feliz pela oportunidade”, salienta Clara, sobretudo, porque ainda tem idade de primeiro ano no escalão de juniores.
A jovem, natural da vila de Mira de Aire, cresceu com uma bola junto ao pé e aos 5 anos já fintava no futebol de rua. Em 2010 estreia-se no futebol do Mirense, no escalão de traquinas, e após cinco temporadas sem competir, descobre o futsal, sempre com o emblema do clube da terra.
Em 2015, junta-se à equipa de juvenis do Mirense, ainda com 12 anos, e apenas no ano seguinte, com a criação do escalão de iniciados voltou a jogar com os atletas da mesma idade. É que em Mira de Aire, Clara jogava entre os rapazes.
Há três épocas rumou a Fátima e na época 2019/20 foi na Golpilheira que se estabeleceu para ajudar a equipa de juniores feminina.
Sem competição de formação, a técnica Teresa Jordão integrou a jovem no plantel principal e apesar de já se ter sentado no banco em alguns jogos, apenas na jornada do passado sábado somou os primeiros minutos. Como sénior e na elite.
A ala tem como referência Sara Ferreira, internacional e jogadora do Benfica, e acredita que transporta “espírito jovem e bom humor” para o balneário, salientando ainda a capacidade de “nunca desistir”. De um objetivo pessoal ou até de uma bola quase perdida.
“Um dos maiores desafios que imponho é fazer mais e melhor”, remata.
Clara Luzio frequenta o 12.º ano do curso de Ciências e Tecnologias e à semelhança de tantos outros jovens sonha ser bem-sucedida profissional e desportivamente.
Quem sabe se um dia não se escreve a história da investigadora que aos 17 anos já fintava entre as mulheres.