Durante momentos de crise somos assoberbados por sentimentos profundos de choque, preocupação, ansiedade e tristeza que nos escasseiam as palavras. Afinal, que palavras se podem usar para descrever o indiscritível? A verdade é que, às vezes, não há palavras para usar. Porém, a resignação não nos pode deter. Ainda que travemos uma luta interna para dar finalmente voz ao improferível, a palavra jamais poderá faltar! A palavra democrática, que concilia, que constrói. Muitos de nós já nos sentimos assim algures na nossa Jornada. Eu já, diversas vezes; particularmente nos últimos dias. Creio não estar errada se disser que este sentir é comum a quase todos os cidadãos do mundo! Vivem-se momentos inenarráveis. É inconcebível que possa estar a acontecer algo assim em pleno século XXI. Quando vejo lágrimas escorrendo pelos rostos e o amor desvinculado, sinto-me sem palavras e receosa que uma mesma situação nos “bata à porta. Não há palavras para descrever o indescritível quando os sentimentos são avassaladores. Então como arranjar palavras perante o insondável? E porque importa que arranjemos palavras e que coloquemos nelas todos esses sentimentos? Por que importa falar sempre! Falar de tudo o que nos assoberba ajuda a processar o que vivenciamos. Também nos ajuda a pensar com mais clareza, a acalmar e a encontrar conforto junto de outros que vivam a mesma situação. Ainda que por vezes pareça não haver palavras, a verdade é que as há. E elas são poderosas. Utilize-as como bálsamo para as suas feridas emocionais. Dê voz aos sentimentos através de palavras conciliadoras, promotoras de paz interior. É importante equilibrar a saúde da tríade que nos edifica: corpo, mente e emoção. Tente purgar com regularidade a toxicidade emocional através do poder da palavra escrita e falada; e tente, já agora, não sofrer por antecipação com o que poderá estar por vir. Mais que nunca necessitamos de sanidade mental para ultrapassar mais um embate; e de palavras apaziguadoras que promovam cenários de paz entre os homens e renovem a fé na Humanidade.