Grata, por devolverem ao usufruto de quem nos visita e de quem habita estas terras de Cister, a beleza emparedada por anos de desmazelo e abandono.
Susana Santos
Quando visitei as obras de restauro do Claustro do Rachadouro, que agora acolhe o novíssimo hotel de Alcobaça, fiquei fascinada com a sensibilidade do arquitecto Souto Moura e grata à cadeia Montebelo e aos decisores políticos por, em boa hora, terem decidido investir neste monumento, que é património da Humanidade e nosso!
Grata, por devolverem ao usufruto de quem nos visita e de quem habita estas terras de Cister, a beleza emparedada por anos de desmazelo e abandono.
E essa beleza, uma vez redescoberta, devolve-nos o “sorriso das pedras”.
Não há nenhum acrescento, além dos que a comodidade dos nossos tempos exige.
Não há nenhum ornamento que desvie o olhar da elegância dos arcos, do silêncio do claustro, da solidez das colunas ou da rectidão das linhas.
Ali há harmonia, há espaço e há infinito.
Ali, respira-se a paz e o calcário.
Sente-se o peso do tempo e a leveza do céu, porque a boa arquitectura, como a Beleza no poema de Torga, não tem
“preço na terra dos humanos,
nem o tempo te rói,
és a essência dos anos,
o que vem e o que foi.”