Terça-feira, Novembro 18, 2025
Terça-feira, Novembro 18, 2025

Mãe atípica

Data:

Partilhar artigo:

A dor e o deleite de ser mãe de filhos atípicos é algo nada fácil de explicar. Maio é o mês das mães. A maré de hoje traz a temática “Mães” pelo prisma daquela que é a minha realidade. Nem tudo são rosas na maternidade. Em qualquer que seja a experiência! Convenhamos que é uma função romantizada pela sociedade e que impõe à mulher uma sobrecarga enorme de responsabilidade e tarefas. Ser mãe atípica é isso e um pouco mais! O desafio é ainda maior. Chamar a atenção da sociedade para as necessidades das mulheres que acompanham e cuidam de filhos com deficiência, síndromes ou condições de saúde que afetem o desenvolvimento neuro-psicomotor é imperativo, passo a explicar porquê: Estas mães são vistas pela sociedade como “guerreiras” ou “heroínas lutadoras”, que abdicam da vida para cuidar integralmente dos filhos; contudo, muitas vezes, por trás destas figuras “hercúleas e míticas”, estão mulheres frágeis que enfrentam preconceitos, abandono, sobrecarga de tarefas e abalos profundos na sua saúde mental; e uma imensa falta de políticas que as apoiem e aos seus filhos de forma justa.

Quem cuida destas mães, pergunto? Existe legislação, alguma. Existem apoios financeiros, poucos. Existe empatia e compaixão social, sim, um pouco. Existem apoios suficientes ao cuidador? Não. O burnout do cuidador é uma realidade. Mas, em muitos casos, estas mães não são elegíveis para os ditos “apoios”. Os desafios são mais que muitos; e em quase todos os casos, o primeiro desafio de uma mãe atípica passa por compreender e   aceitar que o seu filho não seguirá o desenvolvimento padrão de uma criança típica. Os outros, entre muitos, são mesmo a falta de políticas e de empatia social.

Os 2 mil caracteres que esta crónica permite não chegam para tanto que é preciso dizer. Porém, que este “pouco” ecoe em vós e se faça ouvir através das palavras partilhadas. A empatia sente a dor do próximo. A compaixão por ela leva à ação. É preciso agir com compaixão e trabalhar a inclusão. No fim de contas, as conquistas diárias dos nossos filhos superam qualquer desânimo; mas não podemos ficar apenas por aí. Somos parte da equação. Somos um todo. Ajamos em conformidade.

Região de Cister - Assine já!
AD Footer

Artigos Relacionados

Cadela terapeuta ajuda crianças com necessidades especiais em Pataias

Na pequena sala de apoio da EB1 de Pataias, um menino do 2.º ano trabalha descontraído e concentrado...

Religião, fé e ciência (re)unidas à mesa em Alcobaça? SiGA!

Os crentes acreditam ter sido Deus o responsável pela criação do universo, os ateus defendem a teoria do...

Celense entre os finalistas do Ranking Nacional de Criatividade CCP 2025

O celense Vasco Eusébio, da produtora Krypton, está entre os cinco finalistas da categoria de edição do Ranking...

DaTerra está na antiga escola da Mélvoa e prepara nova fase

A Associação DaTerra, conhecida pelo Festival da Terra na Lagoa de Pataias, iniciou um novo capítulo com a...

Aceda ao conteúdo premium do Região de Cister!