Domingo, Maio 5, 2024
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Ler para ver melhor

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Parece que os jornais em papel são cada vez menos lidos. E basta passear numa praia para verificar que há muita gente de telemóvel na mão e muito pouca com um livro sobre a toalha.

Susana Santos

“E quando agora levantar os olhos deste livro, nada será estranho, tudo grande.” Este verso de Rainer Maria Rilke traduz tão bem a importância da leitura, que, depois dele, tenho dificuldade em acrescentar o que seja. Mas é preciso insistir. É mesmo uma questão de responsabilidade social, persistir na necessidade da leitura.

Nesta magnífica edição do RC Júnior dedicada aos mais novos, somos por eles interpelados e, ao mesmo tempo, impelidos a pensar sobre a forma como comunicam, como reconhecem o mundo, como o apreendem e, consequentemente, como informam as suas opiniões. Parece que os jornais em papel são cada vez menos lidos. E basta passear numa praia para verificar que há muita gente de telemóvel na mão e muito pouca com um livro sobre a toalha.

Dir-me-ão que no telemóvel também se lê, também recolhemos informação, também se abrem janelas para o mundo. Não desminto. Não desminto, nem deixo de me interrogar sobre a espessura, a grandeza dos horizontes que por ali se abrem. Reflectir sobre o que seja a partir desse pequeno e frenético objecto é, estou em crer, o mesmo que meditar numa paisagem a partir de um comboio em movimento. Uma coisa é imergir na natureza e respirá-la, outra bem diferente é vê-la passar por nós sem a podermos tocar, sem lhe reconhecermos os contornos, as subtilezas. Ou seja, sem podermos, realmente perceber todos os seus contrastes.

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Não, não acredito em reflexões relâmpago, nem em conclusões imediatas, nem em alertas informativos. Para que o mundo não seja um lugar estranho, para que não nos seja cada vez mais estranho, temos o dever de o procurar conhecer e, ao mesmo tempo, de o dar a conhecer aos mais jovens. E para que isso aconteça, só o exemplo me parece uma ferramenta útil.

Porque quando levantarmos os olhos de uma leitura que nos inspire ou mesmo nos faça doer, tudo nos parecerá um pouco maior.

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