Miga ou Maga? Basta um boné
Há muitos anos, eu julgava o mundo numa base maniqueísta: o que viesse dos EUA era bom, o que viesse da URSS era mau. Rezei pela “conversão da Rússia”, e, caso a minha devoção falhasse, desejava que os Estados Unidos tivessem os aviões mais avançados, os navios e porta-aviões mais letais.
In illo tempore, também adorava Israel, muito mediado por Anne Frank, cujo “Diário” me comoveu. Hoje, não gosto nada das realidades que detestava: se não gostava de uma URSS...
E agora, José? Na ressaca das últimas eleições
Creio que sempre acreditei, com pequenas variações, nas mesmas causas que agora defendo. Sempre acreditei na propriedade privada, mas com reservas.
Gaspar Vaz
Já várias vezes convoquei o “José” e o seu criador, Carlos Drummond de Andrade: “E agora, José? / A festa acabou, / a luz apagou, / o povo sumiu, / a noite esfriou, / e agora, José? / e agora, você? / você que é sem nome, / que zomba dos outros, / você que faz versos, /...
Peregrinar em segurança
Ao observar a quantidade de peregrinos que percorrem, especialmente a EN8, acredito que a construção de um caminho protegido seria uma boa ideia.
Gaspar Vaz
Estas considerações...
Voando sobre a tristeza destes dias
O jovem oftalmologista, para além de transmitir confiança e atenção às minhas queixas, era afável, tratou-me pelo nome, fez-me sentir gente.
Gaspar Vaz
Tenho andado descrente e...
Perplexidades trumpistas
O que está feito esta feito e é, em si mesmo, uma barbárie, sem aspas, só possível numa configuração infeliz de uma infeliz história mundial...
Educação em Portugal – II
A Europa perdeu importância estratégica, os “motores europeus” (Alemanha e França) dão sinais de fraqueza.
Gaspar Vaz
Sempre levei muito a sério estudos comparativos sobre a...
Educação e formação em Portugal nos estudos internacionais (1)
Acontece que, segundo os especialistas, os resultados das políticas educativas apenas produzem efeitos mensuráveis depois de transcorridos cerca de 20 anos.
Gaspar Vaz
Hoje, se nos falta...
Longo é o caminho dos preceitos; breve e eficaz o dos exemplos
Na luta política, observamos insubordinações grosseiras, banalizações e depreciações do estatuto e simbologia da Assembleia da República, comportamentos malcriados de deputados, falando uns em cima...
A tristeza de Susana
Creio que, para além do processo que a fez candidata, sem primárias, sem aconsideração de outras alternativas, Kamala não “viu” a realidade americana
Gaspar Vaz
Na última...
O caso Guterres (ou o “caso Israel”)?
A Europa, nomeadamente a França, é tratada como uma quintessência do passado que, entre a sua panóplia de perfumes, não dá a devida importância ao...
Telemóvel nas escolas: sim ou não?
Proibir é sempre a primeira tentação, a “solução” mais fácil. No entanto, há uma série de usos legítimos e criativos que o smartphone proporciona à vida escolar.
Gaspar Vaz
Na escola e em todo o lado, o telemóvel tornou-se omnipresente. Se, para os utilizadores, é insubstituível, na mente das pessoas, sobretudo das mais conservadoras, é muitas vezes associado a um perigo....
Viajar é preciso
Nós, embrulhados nas nossas certezas e dogmatismos, continuamos a querer deitar fora o bebé com a água do banho
Gaspar Vaz
Viajar deveria ser um direito universal, na medida em que permite confrontar pontos de vista tradicionais, com outras mundividências, com outros modos de enfrentar a realidade. Este ano, viajamos pela Holanda e a Alemanha, visitando lugares óbvios (Amsterdam, Rotterdam, Colónia...
A minha escola é melhor que a tua?
A publicidade feita às “melhores escolas” é indevida e impiedosa, castigando as “piores”, induzindo os mais aptos a migrar para as “melhores”, públicas ou privadas
Gaspar Vaz
Em 2001, surgiram os primeiros “Rankings”. Sempre dividiu opiniões. De facto, os rankings, no início, eram um instrumento muito tosco e rude: apenas construía tabelas, omitindo toda a envolvente do ato educativo. Em termos...
Sónia Tavares, entre um croquete e Rossini
O rigor não é um valor em si mesmo, do mesmo modo que o “compreendermos sempre tudo” também o não é.
Gaspar Vaz
Rossini pode ser sempre um ótimo começo de conversa, por diversas razões, a começar pela culinária. Quem não conhece o conhecidíssimo “Tornedó Rossini”, em homenagem às qualidades culinárias do grande compositor italiano? Embora não esteja documentado que Rossini...
A banalização do mal no Parlamento Português
Muito se tem dito e escrito sobre as declarações de André Ventura acerca da suposta preguiça de um povo e a (não) reação de Aguiar-Branco. Não tendo a pretensão de dizer a última palavra, vou deixar algumas questões. Comecemos pela Lei. Segundo alguns conhecidos juristas, as declarações de Ventura, sendo ofensivas, não são equivalentes, juridicamente, a uma opinião, pelo...
Como vivi o 25 de abril de 1974
Lembro-me, quase como se fosse hoje. Depois de uma madrugada não esperada, houve um dia que parecia igual a todos os outros, embora não o fosse. Estava a trabalhar, no escritório de uma empresa de Vizela, sob a orientação do Sr. Artur Martins (Saudades, chefe bom!). Não tinha grande consciência política. Na verdade, um seminário diocesano não é propriamente...
Meridiano de Moscovo
Ainda antes de ter sido eleito, Putin já estava eleito, o que levou o Presidente do Parlamento Europeu, Charles Michel, a, antecipadamente, o “felicitar” pela sua esmagadora vitória. Na verdade, as vitórias de Putin são feitas de esmagamentos: todos os adversários apagados do mundo dos vivos confirmam a completa falta de escrúpulos deste crápula, quintessência do populismo mais sanguinário...
A banalização do mal
Esta expressão é de Hanna Arendt (1906-1975). Arendt foi a correspondente da “The New Yorker” durante o julgamento de Eichmann. Este destacado militar alemão durante o regime nazi, foi raptado pela Mossad, na Argentina e transferido para Israel, onde foi julgado e condenado à morte por enforcamento - sentença executada em 1 de junho de 1962, na prisão de...
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