A tristeza de Susana
Creio que, para além do processo que a fez candidata, sem primárias, sem aconsideração de outras alternativas, Kamala não “viu” a realidade americana
Gaspar Vaz
Na última edição deste jornal, Susana Santos finalizava o seu artigo, dizendo “Estou tão triste”.Eu também, Susana. Eu também estou muito triste. Eu também não compreendo porque éque um homem mau, com um discurso primário, com um desconhecimento espantoso sobre ageopolítica mundial, com uma gestão indigente e criminosa da covid 19, “arrasa” deste modo.Mas há mais...
O caso Guterres (ou o “caso Israel”)?
A Europa, nomeadamente a França, é tratada como uma quintessência do passado que, entre a sua panóplia de perfumes, não dá a devida importância ao perfume do futuro: o perfume a explosivos, a morte
Gaspar Vaz
Estão a ver Guterres, Secretário-Geral da ONU, como um radical? Ninguém vê. Estão a ver o Secretário-Geral da ONU como anti-semita? Ninguém. Acham que Guterres está a favor do terrorismo, do Hamas, do Hezbollah, que fez do Líbano um estado falhado? Claro que não. Então,...
Telemóvel nas escolas: sim ou não?
Proibir é sempre a primeira tentação, a “solução” mais fácil. No entanto, há uma série de usos legítimos e criativos que o smartphone proporciona à...
Viajar é preciso
Nós, embrulhados nas nossas certezas e dogmatismos, continuamos a querer deitar fora o bebé com a água do banho
Gaspar Vaz
Viajar deveria ser um direito universal,...
A minha escola é melhor que a tua?
A publicidade feita às “melhores escolas” é indevida e impiedosa, castigando as “piores”, induzindo os mais aptos a migrar para as “melhores”, públicas ou privadas
Gaspar...
Sónia Tavares, entre um croquete e Rossini
O rigor não é um valor em si mesmo, do mesmo modo que o “compreendermos sempre tudo” também o não é.
Gaspar Vaz
Rossini pode ser sempre...
A banalização do mal no Parlamento Português
Muito se tem dito e escrito sobre as declarações de André Ventura acerca da suposta preguiça de um povo e a (não) reação de Aguiar-Branco....
Como vivi o 25 de abril de 1974
Lembro-me, quase como se fosse hoje. Depois de uma madrugada não esperada, houve um dia que parecia igual a todos os outros, embora não o...
Meridiano de Moscovo
Ainda antes de ter sido eleito, Putin já estava eleito, o que levou o Presidente do Parlamento Europeu, Charles Michel, a, antecipadamente, o “felicitar” pela...
A banalização do mal
Esta expressão é de Hanna Arendt (1906-1975). Arendt foi a correspondente da “The New Yorker” durante o julgamento de Eichmann. Este destacado militar alemão durante...
Um olhar retrospetivo e um desejo de futuro
2021 EM RETROSPETIVA. Politicamente, este ano fica marcado, internamente, pelo desaparecimento de JORGE SAMPAIO (1939-2021), um político firme, mas bondoso, construtor de consensos. Sempre me senti orgulhoso pelas suas intervenções nos areópagos internacionais, fosse qual fosse a língua utilizada, com uma sabedoria e uma sobriedade que nos fazia passar, a nós, portugueses, como gente distinta. Fica também marcado, improvavelmente,...
As escolas não se medem aos pontos (?)
Este foi o título do último programa “Linha da Frente” da RTP. A interrogação é minha, pelo que convido os leitores a uma reflexão sobre este asunto controverso.
Não há dúvida que a publicação dos primeiros rankings, nos primeiros anos do milénio, se revelou ser uma publicidade injusta, oficial e gratuita, às escolas privadas, bem como às escolas públicas mais...
As mãos de grafite do senhor Chang
Há dias, vi um documentário interessante, “O lado negro das energias verdes”. Penso que todos o deveriam ver; não para concordar ou discordar, mas para se pensar sobre narrativas que se vão construindo e que nós vamos consumindo, de um modo mais ou menos acrítico. Se o começarem a ver, vejam-no até ao fim; caso contrário, vão achar que...
As rosas de Cabul
As rosas declinam-se de vários modos: ou são sem porquê, como em Angelus Silesius (“A rosa é sem porquê; floresce porque floresce (...)”), ou como diz Getrude Stein, “Uma rosa é uma rosa, é uma rosa, é uma rosa”, ou se declina de mil e uma maneiras.
Quero deixar de lado estes sentidos e falar nas “Rosas de Cabul”. O...
Os donos do mundo e os seus joguetes
Há cerca de um século, um autor, hoje, quase desconhecido (Oswald Spengler), publicou uma obra que se tornaria leitura obrigatória em cursos em que se abordasse Filosofia da História; chamava-se a obra O Declínio do Ocidente. Do pouco que me ficou de tal leitura, retenho a ideia de que a Europa (e, por extensão, o Ocidente) tinha terminado, em...
E agora, José?
Em 1942, um dos maiores poetas da língua portuguesa, o brasileiro Carlos Drummond de Andrade, escreveu “José”, um dos seus muitos geniais poemas:
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Este poema (de que a parte citada é apenas...
Vitorino, o “Príncipe do Redondo” em Alcobaça
Era uma vez uma menina cega chamada Ana Isa. Um dia, vá lá saber-se porquê, mas é, de certeza, coisa de quem apenas vê com o coração, a Ana Isa descobriu o Vitorino, sim, esse mesmo, um dos nomes maiores da música popular portuguesa, com aspeto de distante, para não dizer coisa menos simpática, mas é assim que nascem...
A tentação da última palavra (ou sobre a mistificação do “Polígrafo”)
A investigação da verdade, a vontade de ler o pensamento alheio, para o controlar deve ser tão antiga como a humanidade. Com o advento da ciência, esta também quis, e quer, dar uma palavra sobre o assunto. E nasceu, assim, o polígrafo: quando uma pessoa é questionada, uma série de cabos e sensores examinam os batimentos cardíacos, a pressão...
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