Sábado, Maio 18, 2024
Sábado, Maio 18, 2024

Perspectivas Críticas

Como vivi o 25 de abril de 1974

Lembro-me, quase como se fosse hoje. Depois de uma madrugada não esperada, houve um dia que parecia igual a todos os outros, embora não o fosse. Estava a trabalhar, no escritório de uma empresa de Vizela, sob a orientação do Sr. Artur Martins (Saudades, chefe bom!). Não tinha grande consciência política. Na verdade, um seminário diocesano não é propriamente o lugar mais propício à formação de consciências disruptivas. Mesmo assim, como sacerdote, escaparia a uma mobilização. Se a vocação...

Meridiano de Moscovo

Ainda antes de ter sido eleito, Putin já estava eleito, o que levou o Presidente do Parlamento Europeu, Charles Michel, a, antecipadamente, o “felicitar” pela sua esmagadora vitória. Na verdade, as vitórias de Putin são feitas de esmagamentos: todos os adversários apagados do mundo dos vivos confirmam a completa falta de escrúpulos deste crápula, quintessência do populismo mais sanguinário dos tempos modernos. Antes de admitir nada mais do que uma “intervenção especial na Ucrânia”, sempre esteve em guerra com...

A banalização do mal

Esta expressão é de Hanna Arendt (1906-1975). Arendt foi a correspondente da “The New Yorker” durante o julgamento de Eichmann. Este destacado militar alemão durante...

Uma vida grande de pequenas coisas

Ao contrário do que parece ser a tendência atual - fazer da ostentação de coisas grandes, caras e sofisticadas argumento para fundamentar uma vida boa...

Feliz Ano Novo 2024, com saudades de 2023

As festividades do Ano Novo já lá vão. Agora, só há mais do mesmo para o ano. Se houver. Se gosto ou não destas festividades?...

Solilóquio marcelista

O que é que nos faz exorbitar das nossas competências, sobretudo quando somos considerados competentes naquilo que é a nossa competência? O que é que...

E agora?

É bem conhecido aquele poema de Drummond de Andrade, já citado por mim em muitos contextos, incluindo no contexto da comunicação: “E agora, José?/ A...

A raiz do ódio

Segundo diversos relatos bíblicos, o ódio é anterior ao aparecimento do homem, tendo a sua origem no ato de insubordinação e revolta do anjo Satanás...

Abertura do ano escolar

Se sabemos os limites do ano escolar (de 1 de setembro a 31 de agosto), o começo e o fim das atividades letivas são sempre...

Cistermúsica e outras músicas

O Cistermúsica decidiu, e bem, subordinar a 31.ª edição à “Música no Feminino” e à celebração dos 150 anos de Sergei Rachmaninoff. A primeira vez...
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Algumas notas, no começo de um novo ciclo

Porque a “sabedoria” não pode ser etérea, mas tem de se confrontar coma realidade, hoje proponho-vos algumas notas de reflexão sobre o assunto que mais nos tocou no tempo mais recente: os resultados eleitorais:  1. As coisas nunca são a preto e branco – porque a realidade é, naturalmente, policroma. Porém, a preto bem negro, devem ficar as empresas de...

Um olhar retrospetivo e um desejo de futuro

2021 EM RETROSPETIVA. Politicamente, este ano fica marcado, internamente, pelo desaparecimento de JORGE SAMPAIO (1939-2021), um político firme, mas bondoso, construtor de consensos. Sempre me senti orgulhoso pelas suas intervenções nos areópagos internacionais, fosse qual fosse a língua utilizada, com uma sabedoria e uma sobriedade que nos fazia passar, a nós, portugueses, como gente distinta. Fica também marcado, improvavelmente,...

As escolas não se medem aos pontos (?)

Este foi o título do último programa “Linha da Frente” da RTP. A interrogação é minha, pelo que convido os leitores a uma reflexão sobre este asunto controverso. Não há dúvida que a publicação dos primeiros rankings, nos primeiros anos do milénio, se revelou ser uma publicidade injusta, oficial e gratuita, às escolas privadas, bem como às escolas públicas mais...

As mãos de grafite do senhor Chang

Há dias, vi um documentário interessante, “O lado negro das energias verdes”. Penso que todos o deveriam ver; não para concordar ou discordar, mas para se pensar sobre narrativas que se vão construindo e que nós vamos consumindo, de um modo mais ou menos acrítico. Se o começarem a ver, vejam-no até ao fim; caso contrário, vão achar que...

As rosas de Cabul

As rosas declinam-se de vários modos: ou são sem porquê, como em Angelus Silesius (“A rosa é sem porquê; floresce porque floresce (...)”), ou como diz Getrude Stein, “Uma rosa é uma rosa, é uma rosa, é uma rosa”, ou se declina de mil e uma maneiras. Quero deixar de lado estes sentidos e falar nas “Rosas de Cabul”. O...

Os donos do mundo e os seus joguetes

Há cerca de um século, um autor, hoje, quase desconhecido (Oswald Spengler), publicou uma obra que se tornaria leitura obrigatória em cursos em que se abordasse Filosofia da História; chamava-se a obra O Declínio do Ocidente. Do pouco que me ficou de tal leitura, retenho a ideia de que a Europa (e, por extensão, o Ocidente) tinha terminado, em...

E agora, José?

Em 1942, um dos maiores poetas da língua portuguesa, o brasileiro Carlos Drummond de Andrade, escreveu “José”, um dos seus muitos geniais poemas: E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? e agora, você? você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta? e agora, José? Este poema (de que a parte citada é apenas...

Vitorino, o “Príncipe do Redondo” em Alcobaça

Era uma vez uma menina cega chamada Ana Isa. Um dia, vá lá saber-se porquê, mas é, de certeza, coisa de quem apenas vê com o coração, a Ana Isa descobriu o Vitorino, sim, esse mesmo, um dos nomes maiores da música popular portuguesa, com aspeto de distante, para não dizer coisa menos simpática, mas é assim que nascem...
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